Neste domingo (30 de abril de 20017), 40 anos
depois, Corinthians e Ponte Preta voltam a decidir o Campeonato Paulista.
Em Outubro de 1977 eu tinha menos de 20 anos de
idade. Era um jovem e idealista repórter, iniciando carreira no rádio.
Trabalhava na Rádio Clube Paranaense, então a maior e mais tradicional emissora
do Paraná. Todos desejavam fazer parte de seu quadro de funcionários. Integrar
sua equipe esportiva, então, era um privilégio. Afinal, a poderosa B2 estava em
todas. E empunhar seus microfones era coisa para quem tinha talento. Pois eu
fazia parte da seleta equipe, liderada por Munir Calluf (já de saudosa
memória).
Quando fui escalado para trabalhar na histórica
final do Campeonato Paulista daquele ano, senti-me valorizado. Cobrir a final
do Paulistão, em três jogos envolvendo o time de maior torcida do Brasil, que
ansiava pelo título de Campeão há 22 anos, era o máximo para um repórter jovem
e impetuoso como eu.
Pois lá fomos nós - eu, o narrador Wilson
França e o também repórter Paulo Mosimann (o Foguetinho) – para a capital
Paulista. Passamos a semana toda por lá. Entre um jogo e outro, fomos a
Uberaba, abraçar o amigo Lori Sandri (também de saudosa memória), então
iniciando carreira de treinador e comandando o Colorado do Triângulo Mineiro.
A decisão do título Paulista em 1977 foi em
três jogos, todos realizados no Estádio do Morumbi.
O Corinthians chegara àquela final depois de
uma arrancada histórica nas quatro últimas rodadas da fase classificatória, na
qual venceu os quatro compromissos que tinha.
A Ponte Preta, brilhantemente dirigida por Zé
Duarte, tinha mais time. Em suas fileiras, brilhavam o Carlos, os zagueiros Oscar e Polozzi, o meias Marco Aurélio e Dicá e goleador
Rui Rei.
Na primeira partida, deu Corinthians 1X0. Na segunda, o Timão
saiu vencendo, mas permitiu a virada da Macaca por dois a um. Nesse jogo, foi
registrado o maior público da história do Estádio do São Paulo: 138,032
torcedores, maioria esmagadora era da Fiel torcida.
Foi necessária
a realizada da terceira partida. E somente aos 37 minutos do segundo tempo,
após um bate-rebate dentro da pequena área é que Basílio chegou às redes,
decretando a segunda vitória do Timão na decisão e a consequente conquista do
título.
A festa foi
estrondosa. Lembro que para voltar do estádio ao hotel onde nos hospedamos,
demoramos quase toda a madrugada.
Foi
maravilhoso viver aquele momento histórico. Revivê-lo agora, 40 anos depois,
leva-me a voltar àqueles tempos de um futebol alegre e descontraído, com muito
mais espaço para se jogar, com esquemas táticos espetaculares e com emoções
muito mais fortes do que as atuais.
Ficha Técnica
da Final de 40 anos atrás:
Data: 13/10/1977
Torneio: Campeonato Paulista
Local: Estádio do Morumbi - São Paulo/SP
Público: 86.677
Árbitro: Dulcídio Wanderley Boschillia
Cartões vermelhos: Rui Rei, Geraldão e Oscar
Corinthians: Tobias, Zé Maria, Moisés, Ademir e Wladimir; Ruço, Basílio e Luciano; Vaguinho, Geraldão e Romeu. Técnico: Oswaldo Brandão
Ponte Preta: Carlos, Jair, Oscar, Polozi e Ângelo; Wanderlei, Marco Aurélio e Dicá; Lúcio, Rui Rei e Tuta (Parraga). Técnico: José Duarte
Gols: Corinthians - Basílio (37min do 2º tempo).
Torneio: Campeonato Paulista
Local: Estádio do Morumbi - São Paulo/SP
Público: 86.677
Árbitro: Dulcídio Wanderley Boschillia
Cartões vermelhos: Rui Rei, Geraldão e Oscar
Corinthians: Tobias, Zé Maria, Moisés, Ademir e Wladimir; Ruço, Basílio e Luciano; Vaguinho, Geraldão e Romeu. Técnico: Oswaldo Brandão
Ponte Preta: Carlos, Jair, Oscar, Polozi e Ângelo; Wanderlei, Marco Aurélio e Dicá; Lúcio, Rui Rei e Tuta (Parraga). Técnico: José Duarte
Gols: Corinthians - Basílio (37min do 2º tempo).
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