Eu era garoto, em minha casa nem aparelho de televisão havia (possuir um era coisa de gente rica, pois mesmo os menores custavam uma fábula). Eu era, então, tele-vizinho. Na verdade, meu vizinho era da quadra de cima e reunia as famílias mais chegadas em sua sala de estar para um evento nas noites de sábado: cada uma levava um quitute para saborearmos antes da transmissão, que começava às 22 horas. Na hora das lutas, havia torcida organizada. A maioria, claro, pelo Ted Boy Marino, que depois virou ator dos filmes dos Trapalhões.
Foi uma época memóraval, sem dúvida. Guardo grandes recordações daquelas transmissões, especialmente da maneira diferenciada que Wilson Brustolin as fazia.
Anos mais tarde, tive o prazer de trabalhar com Brustolin no rádio. Só então descobri que aquelas lutas eram muito bem ensaiadas e que até o sangue que rolava do rosto dos mocinhos era artificial. Ainda assim, não perdi o encanto. Especialmente porque o que me animava, mesmo, era a forma do Brustola narrar. Eu era seu fã de carteirinha. E o imitava em minhas primeiras narrações das peladas do Ideal, time de futebol suburbano de meu bairro, o Capão da Imbuia.
Wilson Brustolin é um dos personagens de meu livro "80 anos de gooooooooooooolllllllllllllllllllllllllllllllllll, a história do rádio esportivo no Paraná" (págs 122/123/124). Curitibano de nascimento (15 de maio de 1940), foi casado com Marlise, pai Cássia Regina, Márcia Maria e Rita de Cássia). Faleceu em 12 de janeiro de 2000.
Foi um fervoroso torcedor do Clube Atlético Ferroviário, posteriormente transferiu seu amor clubístico pelo Colorado e pelo Paraná Clube.
Seu derradeiro trabalho no rádio esportivo foi ao meu lado, como comentarista, nas transmissões customizadas que realizamos na Rádio Eldorado, nos anos de 1990.
Saudades eternas, amigo e imortal Wilson Cardoso Brustolin.
Aqui o saudoso e imortal narrador Wilson Brustolin está ao lado de Serginho Prestes e família, jogador a quem ele admirava muito, na recepção do edifício onde eu residia em 1994.
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